O Brasil pré-histórico
3 diasUm passeio por alguns dos mais importantes sítios arqueológicos e museus de antropologia do Nordeste brasileiro.
Foi na região Nordeste do Brasil, mais especificamente no Estado do Piauí, no Parque Nacional da Serra da Capivara, que foram encontrados os mais antigos vestígios da presença do homem nas américas. Os artefatos e pinturas rupestres ali descobertos datam de mais de 100 mil anos, quando seus primeiros habitantes ainda viviam em cavernas.
No entanto, a região vem sendo ocupada há muito mais tempo. Milhões de anos antes dos humanos, por ali passaram os maiores seres que já habitaram o planeta, os dinossauros. Sua presença deixou marcas que vêm sendo visitadas e observadas por turistas de todo o mundo.
Nesse roteiro, você vai seguir as pegadas dos nossos antepassados e embarcar em uma aventura por alguns dos mais importantes sítios arqueológicos e museus do Nordeste brasileiro.
O roteiro está dividido em três dias. Porém, como as distâncias entre as cidades são grandes, o ideal é reservar 5 dias para a viagem: um para cada destino e um para cada deslocamento entre eles.
No Sítio Arqueológico do Ingá, a 45 km de Campina Grande, está a famosa Pedra do Ingá. Também conhecida como “Itacoatiara”, pedra pintada, em tupi-guarani, é uma impressionante rocha de 24m de largura e quase 4m de altura, onde estão entalhadas imagens de animais, humanos e até da constelação de Orion. O que significam esses desenhos? Não se sabe ao certo. Há arqueólogos que defendem a origem fenícia da pedra. Outros acreditam ser obra de extraterrestres.
No mesmo próprio complexo arqueológico está o Museu de História Natural, com esqueletos fossilizados de mais de 100 milhões de anos, além de instrumentos de pedra polida, artefatos e muitas explicações sobre o material por ali encontrado.
Outro museu que vale a visita, apesar de não ter relação com arqueologia, é o de Arte Popular da Paraíba. Projetado por Oscar Niemeyer, é também conhecido como Museu dos Três Pandeiros, devido às três construções em forma do instrumento, cada uma delas abrigando um tipo de arte: a música, a literatura de cordel e o artesanato. O museu possui milhares de peças e uma estrutura de alta tecnologia, com recursos de áudio e vídeo que ajudam o visitante a mergulhar na cultura local.
A aventura continua pelo Vale dos Mestres, em Canindé de São Francisco, a 450 km de Campina Grande, um paraíso quase perdido no alto sertão de Sergipe, com cânions deslumbrantes, rios excelentes para banhos e muita beleza natural.
Sua trilha mais conhecida tem 2 km e passa por sítios arqueológicos com gravuras rupestres de mais de 3 mil anos, que lembram animais e humanos. A vegetação típica da caatinga, com seus xiquexiques, mandacarus e grandes calangos, ajuda a criar um clima de lugar antigo.
O Museu de Arqueologia do Xingó, da Universidade Federal de Sergipe, complementa o passeio. Lá, é possível conhecer melhor o patrimônio arqueológico da região. Em sua coleção, há antigos artefatos e ferramentas, ossadas de humanos e animais, fósseis diversos e muitas explicações sobre a origem do homem e a ocupação do lugar.
Ótimo para
A pouco mais de 700 km de Canindé de São Francisco está o último destino desse roteiro, também o mais impressionante. Localizado em São Raimundo Nonato, no Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara é um dos mais importantes sítios arqueológicos do planeta. Em seus mais de 100 mil hectares, há inúmeras trilhas e caminhos que levam a um passeio pela pré-história.
Ali está a maior coleção de pinturas rupestres do planeta. São aproximadamente 30 mil imagens representando humanos e animais em cenas diversas, espalhadas por 1.354 sítios arqueológicos. As mais antigas datam de 12 mil anos e estão muito bem conservadas, pois permanecem ao abrigo da chuva e do sol. Por sua importância, o Parque foi incluído na lista do Patrimônio Mundial pela Unesco.
Ao lado da entrada do Parque está a Fundação Museu do Homem Americano, que conta a história da ocupação das Américas pelo homem. Também exibe um pouco das muitas riquezas arqueológicas ali encontradas, como antigos fragmentos de fogueiras e de cerâmicas e urnas funerárias e esqueletos.
Conhecer nosso passado é entender quem somos e como viemos parar aqui. E o melhor é que para fazer essa viagem arqueológica você nem precisa de uma máquina do tempo. Basta explorar os segredos guardados no Brasil.
