Tiradentes

Tiradentes não tem estilo barroco tão requintado quanto Ouro Preto e São João Del Rei, mas ela é, sem dúvida, a mais charmosa das cidades históricas de Minas Gerais.

Nascida aos pés da Serra de São José, a cidade era apenas um rico arraial minerador no começo do século XVIII. Em 1718, passou a ser vila São José, em homenagem ao então príncipe português D. José I.

Com a proclamação da República, o município passou a se chamar Tiradentes, nome do mártir da Inconfidência Mineira (uma tentativa de emancipação de Minas Gerais, em 1789), nascido ali perto e que morreu lutando contra a monarquia.

Quando o ouro se tornou escasso na região, a cidade foi esquecida e entrou em decadência, sendo redescoberta na década de 1970. Excepcionalmente preservado graças ao isolamento de décadas, o conjunto arquitetônico barroco de Tiradentes reúne joias como o encantador Chafariz de São José, construído em 1749 para abastecer a cidade de água potável e em funcionamento até hoje.

Também se destaca na cidade a majestosa Igreja Matriz de Santo Antônio, a segunda em quantidade de ouro no Brasil, com fachada do artista Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, e um órgão trazido de Portugal, em 1788.

O Largo das Forras, praça central da cidade, abriga a prefeitura e inúmeras lojas de artesanato, restaurantes e pousadas. Foi ali, em 1888, que os escravos se reuniram para festejar o fim da escravidão.

Em agosto, Tiradentes sedia um dos eventos mais badalados da culinária brasileira: o Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Criado em 1998, o Festival reúne conceituados chefs de cozinha do Brasil e de outros países. Em 2015, mais de 350 profissionais participaram do evento e realizaram 200 atividades gastronômicas, entre aulas, jantares e restaurantes na praça.

Ao anoitecer, a luz dos lampiões nas fachadas de restaurantes, pousadas, antiquários e lojas de artesanato torna ainda mais encantadora a cidade, que já foi cenário para filmes, seriados e novelas brasileiras.